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hikafigueiredo

"Rashomon", de Akira Kurosawa, 1950

Filme do dia (07/18) - "Rashomon", de Akira Kurosawa, 1950 - Japão, século XI. Durante uma tempestade, um camponês, um lenhador e um sacerdote abrigam-se nas ruínas do templo de Rashomon, ocasião em que discutem as várias versões para um crime envolvendo um marido assassinado e o estupro de sua esposa.





Obra prima de Kurosawa (ainda que "obra prima de Kurosawa" possa ser considerado pleonasmo), o filme discorre sobre o que é a verdade e onde ela pode ser encontrada. Ao longo do filmes, são expostas quatro versões para o mesmo acontecimento e, ainda que cada um que conte sua versão apresente argumentos que justifiquem a veracidade de sua narrativa, nenhuma delas prevalece sobre as demais. Assim, conclui-se que "verdade" nada mais é que um ponto de vista e que ela não é objetiva como se propaga, mas, sim, subjetiva e vinculada a um enfoque. É incrível como o diretor apresenta, em forma de flashback, as diferentes versões, cada qual tão diversa das demais e mostrando os envolvidos assumindo perspectivas tão destoantes (a esposa numa versão é furiosa e orgulhosa; em uma segunda, é frágil e humilde; numa terceira, é cínica e vingativa - e assim ocorre com cada um dos envolvidos) - direção impecável!!!! A história ocorre em três tempos - o presente (o momento da tempestade), o passado próximo (o julgamento do assassino Tajomaru) e o passado distante (o momento dos crimes) - e flui tudo com perfeição. Quanto aos quesitos técnicos, além da montagem excepcional, destaque para a fotografia P&B bem contrastada e simplesmente maravilhosa. No elenco, Toshiro Mifune, sempre excelente e expondo uma expressividade incrível como o assassino Tajomaru; Masako Kanazawa como a esposa, igualmente fabulosa (as mudanças de sua personagem demonstram toda a sua versatilidade e talento); e Takashi Shimura (sou suspeita para falar dele porque virei fã desde que assisti ao "Viver", do mesmo diretor), como o lenhador. O filme ganhou o Leão de Ouro em Veneza em 1951 e um Oscar Honorário em 1953. A obra é obrigatória para quem quer conhecer o melhor do cinema mundial!!! Amei!!! Corra para ver!!!!

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