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  • hikafigueiredo

"Roman J. Israel", de Dan Gilroy, 2017

Filme do dia (107/2020) - "Roman J. Israel", de Dan Gilroy, 2017 - Roman J. Israel (Denzel Washington) é um advogado de defesa idealista que se vê com sérios problemas financeiros quando seu sócio falece subitamente e seus herdeiros optam por fechar o escritório severamente endividado. Por extrema necessidade, Israel acaba aceitando uma vaga no escritório de George Pierce (Colin Farrell), um advogado mais preocupado com sua conta bancária do que com seus clientes.





Aaaaain.... que filme... equivocado, sério. A obra começa como um drama, apresentando o personagem Israel em todas as suas nuances e minúcias. Para aprofundar o conhecimento do espectador quanto ao personagem, a narrativa foca quase que exclusivamente nele por mais de uma hora. Okay, entendemos que Israel é um advogado idealista, interessado em defender causas ligadas aos direitos civis, anacrônico, socialmente deslocado, solitário e visionário. E também entendemos que ele está falido. Mas... precisava demorar mais de uma hora para dar o start na história? Porque, subitamente, há uma ruptura de tudo isso que foi apresentado por uma vida e mais meia hora. E aí que o filme desanda. O que era um drama ganha contornos de thriller e o personagem, tão bem esquadrinhado, transforma-se para ficar irreconhecível. A mudança do personagem é súbita demais e, por isso mesmo, completamente inverossímil! A ruptura do personagem é também a ruptura do filme, o momento em que a narrativa se quebra e se perde. É uma pena, era um início com potencial, mas foi bastante desperdiçado. O padrão técnico é hollywoodiano, tudo bem redondinho e bem feito. O melhor do filme, certamente, é a interpretação de Denzel Washington, um ator maravilhoso e completo, que jamais deixa a peteca cair - na realidade, o ator é o sustentáculo da obra, sem ele não sobraria nem farelo... e ele é muito, mas MUITO, maior que o filme! Colin Farrell, por sua vez, só serve como escada para Denzel Washington e seu personagem sequer é aprofundado (na realidade, o personagem é quase tão inverossímil quanto a transformação de Israel, porque ou ele é ganancioso e ambicioso ou ele é preocupado com as pessoas - no caso, com o próprio Israel -, as duas coisas não dá, não conseguem coexistir!!!!). De qualquer forma, Colin Farrell se esforça, coitado, o papel que é ruim mesmo... Ah, Denzel Washington até concorreu ao Oscar de Melhor Ator por sua interpretação, mas nem assim eu me animo de recomendar o filme...

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