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“Rumo a Uma Terra Desconhecida”, de Mahdi Fleifel, 2024

hikafigueiredo

Filme do dia (136/2024) – “Rumo a Uma Terra Desconhecida”, de Mahdi Fleifel, 2024 – Os primos Chatila (Mahmood Bakri) e Reda (Aram Sabbah) são imigrantes palestinos ilegais em Atenas, mas que sonham em chegar à Alemanha. Eles juntam dinheiro conseguido através de pequenas contravenções e prostituição para pagar um falsificador de passaportes, mas a demora para conseguir o valor necessário faz com que tentem novas empreitadas.





Um filme sobre a expatriação e o desespero, a obra retrata um pouco do cotidiano de milhares de imigrantes ilegais e refugiados ao longo do planeta, os quais aceitam todo o tipo de exclusão longe de seus países de origem em busca de uma realidade menos perversa. Na história, acompanhamos dois primos palestinos – Chatila e Reda – que fugiram de um campo de refugiados no Líbano para tentar a sorte na Europa. Mirando na Alemanha, os primos acabam chegando apenas até Atenas, onde se estabelecem ilegalmente. Os protagonistas precisam, para chegar ao sonhado destino, de passaportes falsos, de altíssimo custo. Sem qualquer documentação, eles não têm acesso a trabalho, sendo obrigados a viver de pequenas contravenções e prostituição. O desespero dos primos leva-os a agir de maneira cada vez mais condenável – enquanto Chatila, mais objetivo e prático, perde quaisquer escrúpulos e passa a arquitetar planos mais ousados para conseguir dinheiro, Reda, mais sensível, começa a demonstrar arrependimento pelas suas ações. A obra, de certa forma, justifica, com seu olhar empático, o comportamento dos protagonistas pela situação extremamente precária em que vivem e que é uma representação de todos os imigrantes ilegais mundo afora. A narrativa é linear, em ritmo moderado e constante, mas com um clímax bem delimitado. A atmosfera é de urgência – manterem-se naquela situação por mais tempo é insustentável. O desfecho pode não agradar por ser inconclusivo, mas deixa a ideia de que aquela realidade continua sendo reproduzida no tempo e espaço por milhares de expatriados por todo o mundo. O filme é correto, não tem nenhum grande equívoco, mas tive alguma dificuldade em me conectar emocionalmente com ele (e não entendi a razão disto), motivo pelo qual me abstenho de recomendá-lo. Assistido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

 
 
 

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