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hikafigueiredo

“Semeando um Fantasma”, de Kuen Yeung, 1983

Filme do dia (79/2024) – “Semeando um Fantasma”, de Kuen Yeung, 1983 – Após atropelar um feiticeiro, o taxista Chou Tang (Phillip Ko) tem sua esposa Irene (Maria Jo) estuprada e morta. Enfurecido, Chou procura o feiticeiro e pede sua ajuda para se vingar dos assassinos de sua esposa.





Misericórdia. Numa mistura bizarra de filme exploitation, trash e terror, a obra consegue alcançar um dos mais altos níveis de tosquice que eu me lembro de ter visto e se não estivesse em um box “Obras-Primas do Terror”, da Versátil, eu certamente jamais o teria assistido. A história discorre sobre um homem que, acidentalmente, atropela um feiticeiro praticante de magia negra, o qual o adverte sobre o perigo de influenciar nos rumos desta magia. Após o incidente, a esposa do protagonista é estuprada e morta, o que revolta o homem. Decidido a se vingar, ele procura o feiticeiro e pede ajuda de seus conhecimentos do sobrenatural para alcançar sua vingança.  O filme já começa ruinzinho – sabe aquelas produções de qualidade bem duvidosa, que não têm qualquer preocupação com os quesitos técnicos do filme? É o caso. Desde o início, a obra apresenta uma fotografia lavada, sem espessura, com posicionamentos de câmera e planos óbvios e preguiçosos. As interpretações são muito canastronas, indignas de atores profissionais. A apelação é constante: nudez desnecessária, cenas repugnantes, violência gratuita, sangue, excrementos e até um corpo em decomposição que volta à vida, vale tudo para prender a atenção do espectador pelos motivos mais torpes e indigestos. Mas nada suplanta a dose maciça de “defeitos” especiais que acomete o filme quando o feiticeiro começa a ajudar o protagonista – sério, são efeitos especiais muito primitivos, muito malfeitos por qualquer ângulo que se olhe. E por mais que se aproxime do trash, falta à obra o deboche e o humor ácido típicos do gênero – eu tenho a sensação sincera de que o filme se leva a sério, o que é surpreendente, diante do conjunto da obra. O roteiro até tem uma ou outra boa ideia – trazer a falecida de volta para que ela indique seus algozes, por exemplo, é uma proposta interessante -, mas se perde na intenção constante de incomodar e causar repulsa, bem como na baixíssima qualidade técnica. A narrativa é linear, em ritmo ágil. A atmosfera, para mim, é de incredulidade, em face a todo o ridículo que a história chega – não me deu medo, não me perturbou, não me fez rir, eu realmente só fiquei atônita com o que eu estava vendo.  Como já mencionado, as interpretações são péssimas, remetem aos teatrinhos de escola. Na real, eu nem sei como aguentei até o final do filme – muito corujão do SBT, sério. Pééééééssimo, não curti e não recomendo.

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