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hikafigueiredo

"Sete Minutos Depois da Meia-Noite", de Juan Antonio Bayona, 2016

Filme do dia (264/2020) - "Sete Minutos Depois da Meia-Noite", de Juan Antonio Bayona, 2016 - A mãe de Conor (Lewis MacDougall) está gravemente doente e o menino tem dificuldade em lidar com a questão. Todas as noites, no mesmo horário, ele sonha com um monstro, o qual lhe conta histórias que irão ajudá-lo a resolver a situação.





Baseado no romance homônimo de Patrick Ness, que também assina o roteiro, o filme é uma fábula que discorre sobre a resolução dos conflitos internos do personagem e seu consequente amadurecimento. A grave doença de sua mãe desperta um Conor uma série de sentimentos contraditórios, acerca dos quais o garoto tem dificuldade em lidar e aceitar. Envolvido em sofrimento, confusão e, principalmente, culpa, Conor busca maneiras inconscientes de dar vazão a tantos sentimentos antagônicos. Nesse bojo, surge a figura do monstro que, através dos sonhos, mostrará o caminho para o menino resolver seus conflitos e aceitar os sentimentos que lhe surgem. É uma obra que talvez mereça uma análise psicológica, pois trabalha bastante com a questão dos sonhos e do inconsciente (mas que eu não tenho cacife para fazer). A obra é hábil, ainda, em discutir a perda, a dor, o egoísmo e a compreensão. É um filme doloroso, pois não é muito fácil "vestir os sapatos" de Conor e vivenciar seu sofrimento. A história é bem alinhavada e mistura, com sensibilidade, drama e fantasia, numa pegada que me lembrou "A História Sem Fim" (1984), que, por sinal, lida com assuntos conexos e também funde realidade e imaginação (ou, talvez , melhor dizer consciente/inconsciente). O ritmo da obra é bem marcado e crescente e a atmosfera tende à melancolia. Gostei do visual do filme que tem efeitos especiais grandiosos nas cenas em que os sonhos e pesadelos de Conor são retratados. O elenco de qualidade tem Felicity Jones como a mãe de Conor, quase irreconhecível por conta da doença da personagem; Sigourney Weaver como a desgastada avó de Conor (e que na sinopse é tratada como megera, mas que eu achei quase uma santa); Liam Neeson como a cavernosa voz do monstro; Toby Kebbell como o ausente pai de Conor; e o ator mirim Lewis McDougall como Conor, numa interpretação admirável para alguém tão jovem. Geraldine Chaplin faz uma pequena ponta como orientadora escolar. O filme é lindo quase tanto quanto é triste, pois lida com sentimentos bastante profundos, universais e, acima de tudo, dolorosos. Eu gostei demais e fiquei tocada. Recomendo muito.

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