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  • hikafigueiredo

"Sin City - A Cidade do Pecado", de Robert Rodriguez, Frank Miller e Quentin Tarantino, 2005

Filme do dia (10/2022)- "Sin City - A Cidade do Pecado", de Robert Rodriguez, Frank Miller e Quentin Tarantino, 2005 - Na violenta Sin City, quatro histórias se desenvolvem independentes, mas com alguma conexão - um matador de aluguel mostra-se romântico e envolvente; um criminoso busca uma vingança; um assassino precisa proteger sua namorada; e um policial honesto corre contra o tempo para salvar uma jovem vítima.





Provavelmente a mais fiel versão cinematográfica de uma graphic novel, o filme transfere, para as telas, as histórias contidas na obra homônima de Frank Miller, o qual também assina o roteiro e a direção em parceria com Robert Rodriguez (Quentin Tarantino assina a codireção como convidado). O filme é um verdadeiro quadrinho animado - cada plano da obra remete à graphic novel original, mantendo intactas tanto a linguagem, quanto a estética imprimidas nesta última. A narrativa, dividida em quatro histórias independentes, traz algumas áreas de contato entre elas, seja através de lugares, seja através de personagens que transitam pelas histórias. Os personagens são, todos, renegados e proscritos, a nata do submundo da cidade que dá nome à obra: assassinos, prostitutas, policiais e políticos corruptos, sádicos e toda a sorte de malucos possível; os protagonistas, anti-heróis com alguma nobreza de caráter, um tanto de boas intenções, métodos bem controversos e doses cavalares de violência. A obra traz uma atmosfera noir carregadíssima de brutalidade, misturando sensualidade, perversões, fetiches e, lógico, uma violência desmedida que permeia todas as histórias. Todas as histórias são acompanhadas de um narrador "em off" - sempre os protagonistas de cada trecho. Se as histórias são eletrizantes, num ritmo alucinado e cheias de tensão (inclusive sexual), a estética destaca-se por sua fidelidade à graphic novel original. Trazendo uma fotografia P&B muitíssimo contrastada, com o uso de técnicas que permitiram alcançar preto e branco extremos e pouquíssimos meios-tons, aqui e ali temos elementos coloridos, assim trabalhados para destacar informações ou sensações - com frequência o sangue é vermelho vivo; em algumas cenas destaca-se a cor dos olhos dos personagens; femmes fatales surgem, resplandecentes, em cores vívidas; e o pior dos vilões aparece na cor amarela, para marcar bem sua figura asquerosa. A trilha sonora é assinada, em parte, pelo próprio Robert Rodriguez e não podia ser mais adequada para acompanhar as imagens que pipocam na tela. O elenco, por sua vez, é repleto de nomes famosos, todos excepcionais em seus personagens: Mickey Rourke interpreta o criminoso Marv, um brutamontes de feições grosseiras que quer vingar a morte da única mulher que o tratou com carinho; Clive Owen interpreta o assassino Dwight, um cavaleiro às avessas, decidido a proteger as amigas prostitutas; Bruce Willis interpreta o ex-policial Hartigan, o qual foi preso injustamente após tratar de maneira "pouco delicada" o filho psicopata e pervertido de um poderoso político; Jessica Alba dá vida à sensualíssima Nancy, vítima de um bárbaro criminoso. O elenco estrelado continua com Rosario Dawson, Benício Del Toro, Rutger Hauer, Elijah Wood, Brittany Murphy, Michael Madsen, Josh Hartnett, dentre outros nomes não tão conhecidos. Não vou entrar no mérito da clara objetificação das mulheres, algo extremamente comum na maior parte das graphic novels - qualquer coisa diferente disso, seria amputar a obra original, então apenas aceito o fato. Na real, o filme é ousado, arrebatador, envolvente e sexy na mesma medida em que é violento. Simplesmente irretocável! Eu havia esquecido quão bacana era a obra! Recomendo demais, principalmente para amantes de quadrinhos (já que o filme é isso mesmo, um quadrinho animado, muito mais do que uma peça cinematográfica).

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