Filme do dia (163/2016) - "Steve Jobs", de Danny Boyle, 2015

O filme narra, através dos bastidores de três eventos de lançamentos de produtos, um pouco sobre a carreira de Steve Jobs, sua relação com seus pares no universo da informática e com sua filha Lisa. Não sei exatamente qual foi o intento desse filme - demonizar Steve Jobs? Humanizá-lo, talvez? Exaltar suas virtudes e defeitos? Não cheguei a uma conclusão. Fato é que a imagem de Steve Jobs, para mim, nunca esteve tão para baixo. O filme retrata uma pessoa obstinada, sem dúvida criativa e com uma auto estima invejável. Ao mesmo tempo, escancara uma personalidade arrogante, que não se importa em humilhar publicamente seus pares e subordinados, insensível para sua filha pequena e completamente intransigente. Passando a régua, restou, para mim, a imagem de uma pessoa desprezível, a despeito de qualquer inovação tecnológica que tenha criado. Quanto ao filme, tem mais virtudes do que a pessoa que o inspirou. O roteiro é bastante original e feliz em destacar três momentos-chaves da carreira de Jobs e focar também suas questões pessoais nesses intervalos em particular. Apesar da história ser majoritariamente em tempo linear, há algumas inserções de acontecimentos passados, bastante ousadas e que funcionam bastante bem. Destaque absoluto para as interpretações de Michael Fassbender como Steve Jobs e Kate Winslet como sua assistente e amiga pessoal Joanna, ambos dando show. O filme é muito bom, certamente, mas, para quem não domina muito o tema e nada sabe sobre a história da informática em geral e da Apple em específico, alguns momentos da obra podem ser obscuros e até mesmo massantes. Há trechos de extremo falatório sobre a trajetória dos executivos da Apple que chegaram a me dar sono, mas não chegaram a comprometer o filme. De qualquer forma, não acho que seja um filme para qualquer público, porque ele realmente tem muitos diálogos e pouquíssima ação, então desconfio que muita gente não curtirá a obra. Eu gostei, mas com ressalvas.
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