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  • hikafigueiredo

"Tangerina", de Sean S. Baker, 2015

Filme do dia (80/2020) - "Tangerina", de Sean S. Baker, 2015 - Sin-Dee (Kitana Kiki Rodriguez) é uma travesti que acaba de sair da prisão, onde passou os últimos 28 dias. Véspera de Natal, Sin-Dee encontra sua melhor amiga Alexandra (Mya Taylor), que acaba por revelar que o namorado de Sin-Dee, Chester (James Ransone), está traindo-a com uma mulher cisgênero. A informação desencadeia a fúria de Sin-Dee, que sai em busca de Chester e da tal mulher.





A obra, filmada inteiramente com câmeras de celular, foi ultra elogiada por crítica e público na temporada de 2015. Tem motivos para tanto. Primeiro pela temática LGBTQI+, promovendo a representatividade dos grupos mais marginalizados que existem, os das travestis e transexuais - salientando que as atrizes que trabalham no filme são realmente trans, o que eu achei lindo. Segundo, por ser um filme ousado desde o equipamento usado para sua realização - os já mencionados celulares - até a estética moderna, com sua fotografia estourada e suas cores muito - MUITO - saturadas, puxando para o verde, passando por um roteiro simples, mas que expõe bastante do universo das mulheres trans, com frequência levadas à prostituição por completa falta de opção. A história é um fragmento da vida dos personagens - além das travestis Sin-Dee e Alexandra, temos Chester, o namorado e cafetão de Sin-Dee, Dinah, a mulher cis, e Razmik, um imigrante armênio que, embora casado, sente-se atraído pelas travestis. O fato da ação ocorrer na véspera de natal adiciona certa melancolia à narrativa. O ritmo do filme começa muito ágil e, ao contrário do que é mais comum, tende a diminuir com o passar do tempo (não que a obra perca fôlego, não é isso; a ideia foi realmente desacelerar para trazer certo intimismo e emoção à narrativa, com sucesso). É um filme mais sensível do que pode parecer num primeiro momento e, se o público se permitir a entender aqueles personagens, o espectador vai realmente se emocionar com aquelas histórias de vida. Destaques para a cenas de Alexandra cantando no bar - muito melancólica -, para a cena do bate-boca na loja de donuts - eletrizante - e para a cena final - muito amor por Sin-Dee e Alexandra. Adorei a interpretação de Kitana Kiki Rodriguez e de Mya Taylor (seu olhar é de uma profundidade incrível!). Belo filme. Curti e recomendo.

  1. PS - O diretor é o mesmo de "Projeto Flórida", um dos filmes mais lindos que eu vi nos últimos anos!!!!! Viva o cinema independente!!!!!

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