Filme do dia (225/2017) - "Um Homem Bom", de Vicente Amorim, 2008 - Alemanha, 1932. John Halder (Viggo Mortensen) é um professor universitário que observa a ascensão do Partido Nazista na Alemanha. Apolítico, ele vê com desdém a figura de Hitler. Com vistas ao seu sucesso profissional, Halder se filia ao Partido Nazista. A ascensão de Halder profissionalmente e no interior do partido fará com que ele perca o controle de tudo ao seu redor.
A frase "de boas intenções o inferno está cheio" aplica-se como uma luva à história desta obra e ao seu personagem. O filme retrata o quanto a falta de ação contrária pode levar à conivência com as piores ações humanas. Da mesma forma, a obra é uma crítica àqueles que, a despeito de todas os sinais que surgem, continuam a ignorar as evidências e se mantém apáticos frente ao que ocorre. Halder julgava-se uma pessoa correta, mas por ambição e comodismo acaba sendo conivente com as atrocidades cometidas naquela período. A obra é mais que apenas ótima... ela é essencial (ainda mais no momento atual), deveria ser obrigatória. É também um grande tapa na cara do espectador. O filme, além de ter conteúdo, é formalmente perfeito - roteiro amarradíssimo, redondinho; bela fotografia; direção de arte de época excepcional; ótima trilha sonora; e uma montagem interessante que alterna diferentes tempos. Viggo Mortensen está excelente como o professor Halder, despertando diferentes sentimentos no espectador, que vão da empatia, à raiva e à pena ao longo da história. Também curti muito a interpretação de Jason Isaacs como Maurice, amigo judeu de Halder - tocante. Detalhe: o desfecho é um soco bem dado no estômago!!!! O filme é perfeito e tem que ser visto, TEM!!!!! Recomendadíssimo.
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